sexta-feira, 26 de agosto de 2016

''O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) está em contato com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, contem com uma equipe de refugiados.  A edição do Rio foi a primeira a ter uma delegação de refugiados entre os competidores.
Todos os atletas do time tiveram que deixar seus países devido a conflitos, perseguições e violações dos direitos humanos e encontraram refúgio na Alemanha, Bélgica, no Brasil, em Luxemburgo e no Quênia.
A equipe é composta por dez refugiados de quatro países, sendo dois nadadores sírios, dois judocas da República Democrática do Congo e seis corredores africanos – um da Etiópia, maratonista, e cinco do Sudão do Sul.
Nenhum dos dez atletas da Equipe Olímpica de Refugiados ganhou uma medalha, mas, para os organizadores, a participação deles já é um motivo de vitória.''

CONCLUSÃO: Por mais que os refugiados tenham saído de um país de guerra, perseguições e caos, eles ainda podem ser felizes, e participarem de um evento internacionalmente conhecido , como as Olimpíadas.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

As Migrações no Brasil estão associadas a fatores econômicos e sociais. Por isso, para compreender as dinâmicas dos movimentos populacionais, é preciso considerar que as zonas em fase de crescimento econômico, em geral, costumam receber um maior quantitativo de pessoas.

Foi assim durante toda a história do Brasil. A concentração populacional sempre ocorreu nas regiões onde se situavam as atividades produtivas: no ciclo da economia da cana-de-açúcar, no Nordeste, durante o período colonial; no Sul, durante a expansão da pecuária; no período da mineração no Centro-Oeste e em Minas Gerais; na região Norte, durante o surto da borracha no final do século XIX e início do século XX; na produção cafeeira na região Sudeste também ao final do século XIX, entre outros.

No entanto, desde a década de 1930 que os fluxos migratórios passaram a obedecer ao ritmo da industrialização. O que colaborou para as migrações rural-urbanas também chamadas de êxodo rural  e para a intensificação das migrações em direção à região Sudeste do país, principalmente oriundas da região Nordeste.

O quadro atual das migrações no Brasil, no entanto, parece apresentar o esgotamento dessa migração em massa. Com os centros urbanos  sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo  completamente saturados e repletos de problemas sociais, não há mais um grande atrativo nessas cidades para a recepção de novos migrantes.  Além disso, há em processo uma desconcentração industrial no país, o que vem colaborando para um gradativo reordenamento dos fluxos migratórios.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Abdulbaset Jarour, sírio de 25 anos, que vive no Brasil desde fevereiro do ano passado, é um dos milhares de refugiados da violenta guerra civil em curso na Síria. Ex-combatente ferido em um bombardeio que deixou sequelas em uma perna. Perdeu casa, trabalho, parentes e teve mais de cem amigos mortos no conflito.
Ao obter refúgio no Brasil, o sírio pensou que encontraria uma cidade com natureza exuberante, transporte a cavalo e economia movida pela pesca e pelo futebol de Ronaldo, Roberto Carlos e Rivaldo, craques que admirava. E, por causa dos Estados Unidos da América, imaginava que o inglês seria a língua principal. Deparou-se, em vez disso, com uma São Paulo de inúmeros prédios e carros e com poucos sinais de pessoas jogando futebol nas ruas. E falando português, o que logo se impôs como um grande desafio. Quando seu dinheiro acabou, Abdo passou a consertar celulares na loja de um libanês na Avenida Paulista – na Síria, o jovem era dono de um estabelecimento semelhante.
Tudo melhorou após ele conhecer Cavalcante em um supermercado e ser apresentado por ele à professora Valdívia Oliveira. Com salário atrasado e sem ter como pagar o aluguel em Santo Amaro, na zona sul paulistana, foi acolhido na casa dela, no extremo leste da cidade.
Desde então, seu português deslanchou. "Ele fala até inconstitucionalissimamente”, elogia o amigo professor. Na conversa com a BBC Brasil, acertou "paralelepípedo" de primeira. Até as experiências aprovadas pelo sírio trazem surpresas. Um dia, ele se entregou, feliz, à euforia de uma multidão nas ruas. Para seu espanto, porém, descobriu depois que, em vez de uma festa popular, participara de uma manifestação contra a presidente Dilma Rousseff.

Curioso, quis saber de Valdívia por que os policiais só haviam observado aquele ato político. "Ele achou interessante porque na Síria os protestos (contra o governo) são reprimidos com violência", conta a amiga.

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

O Brasil conta hoje com 8.731 refugiados de 79 nacionalidades diferente, sendo 2.252 sírios.
O número de concessões de refúgio aos sírios em 2015 representa 43% do total de solicitações aceitas (1.231). Milhões de pessoas já deixaram a Síria em busca de refúgio em nações vizinhas e, em alguns casos, em países distantes como o Brasil. O embate no território, considerado uma ‘mini guerra mundial’, envolve forças locais, regionais e internacionais. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), são mais de 250 mil mortos. Já o Centro Sírio para Pesquisa Política fala em mais de 400 mil óbitos em decorrência do conflito.
Medidas como a emissão de um visto especial para os sírios e a criação de programas de melhoria da recepção e atenção aos habitantes do país têm surtido efeito.
Em São Paulo, foram implementados dois Crais (Centros de Referência e Acolhida para Imigrantes e Refugiados). Outros dois, um em Porto Alegre e um em Florianópolis, deverão ser implantados ainda neste ano. “A ideia é criar uma rede de acolhimento provisório, assistência jurídico-social e psicológica e referência sobre serviços públicos”, diz Vasconcelos.

“Outro ponto importante é que, com a mudança no perfil dos refugiados, já que a maioria antes era formada por colombianos e angolanos, surgiu a questão da adaptação à língua. Para isso, foi criado o Pronatec português, para o ensino do idioma e da cultura brasileira. A primeira turma, no Rio, já foi iniciada", afirma Vasconcelos, que discute com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) a revalidação de diplomas e a possibilidade de vagas para refugiados em universidades.